A França deu um passo decisivo na semana passada (10) na luta contra a “fast fashion”, ao aprovar por unanimidade um projeto de lei que impõe restrições à indústria de moda ultrarrápida, com foco em empresas como Shein e Temu. A proposta, apresentada pela deputada Anne-Cécile Violland (partido Horizons) e apoiada pelo governo, agora será analisada por uma comissão conjunta entre deputados e senadores no segundo semestre.
O texto prevê uma série de medidas para limitar os impactos ambientais e sociais do setor, incluindo a proibição de publicidade para marcas poluidoras, penalidades financeiras, deveres de transparência ambiental e sanções para influenciadores que promovem esse tipo de consumo. A plataforma Shein, sediada em Singapura, foi diretamente visada, por lançar mais de 7 mil novos produtos por dia — um volume muito superior ao de marcas tradicionais como H&M e Zara.
Além disso, foi aprovada a criação de um imposto sobre pequenas encomendas de empresas fora da União Europeia, que pode variar de dois a quatro euros, atingindo plataformas como Temu.
A ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher, comemorou: “É um passo importante contra o impacto econômico e ecológico da moda ultrarrápida”. Por outro lado, a Shein criticou o projeto, afirmando que ele transfere o peso da sustentabilidade para os consumidores.
Se aprovada em definitivo, a nova lei obrigará plataformas a pagar ecocontribuições de até 10 euros por peça até 2030, além de informar os consumidores sobre os impactos ambientais de suas compras.