Ontem, 8 de maio de 2025, o mundo marca os 80 anos da rendição da Alemanha nazista e o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump proclamou oficialmente a data como o “Victory Day”, exaltando o papel das Forças Armadas americanas e o sacrifício de mais de 250 mil soldados na luta contra o nazismo.

Na Europa, as comemorações assumem diferentes tons. No Reino Unido, os quatro dias de celebrações incluíram desfiles militares com a presença de veteranos, membros da família real e soldados ucranianos. O primeiro-ministro Keir Starmer classificou a vitória como “um triunfo do bem contra o mal” e exaltou a bravura da chamada “geração mais grandiosa”.

Na França, houve a tradicional cerimônia de deposição de flores diante da estátua do general Charles de Gaulle em Paris.

Já na Alemanha, a data é marcada por um tom mais introspectivo. O país a reconhece como um “dia da libertação”, mas a ideia vem sendo debatida, à medida que historiadores e autoridades refletem sobre a responsabilidade coletiva do povo alemão durante o regime nazista. “Devemos lembrar que defender a paz e a liberdade na Europa hoje é nossa responsabilidade histórica”, declarou o ministro das Relações Exteriores alemão.

No entanto, apesar das homenagens, o clima deste 80º aniversário está longe de ser de alívio. A guerra em curso na Ucrânia, a ascensão de potências não democráticas como China e Índia, e as tensões nas relações transatlânticas, especialmente com o retorno de Trump à presidência dos EUA, trazem à tona o temor de que a ordem mundial construída após 1945 esteja se desfazendo. “Este ano, a comemoração é marcada por um sentimento de medo e incerteza”, disse o historiador britânico Timothy Garton Ash.

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