Demitida após 6 anos, apresentadora da Globo diz que está sendo punida

08/11/2018 - 14:00 | Por: Circolare


Após seis anos na Rede Globo, a jornalista Izabella Camargo acaba de ser dispensada da emissora. Isabella tinha acabado de voltar de licença médica, após se recuperar da Síndrome de Burnout, mal provocado por esgotamento físico e mental e, assim que chegou na emissora, ela recebeu a notícia, da diretora de Jornalismo da Globo em São Paulo, de que tinha sido mandada embora.

“Estou sendo punida por ter ficado doente, com uma doença funcional, e os laudos provam isso. Foi um susto. Esperava qualquer coisa, menos ser demitida”, disse.

A “síndrome de burnout” é o desgaste emocional que danifica aspectos físicos e psíquicos da pessoa, reduzindo a naturalidade e a velocidade com que ela realiza suas tarefas. Os sintomas são fadiga, cansaço constante, distúrbios do sono, dores musculares e de cabeça, irritabilidade, alterações de humor e de memória, dificuldade de concentração, falta de apetite, depressão e perda de iniciativa.

Desde o final de 2014, Izabella apresentava a previsão do tempo no Hora 1 e no Bom Dia Brasil. Também substituía a titular do Hora 1, Monalisa Perrone, e eventualmente, César Tralli e Carlos Tramontina, nos telejornais locais. “Em agosto de 2017, meu corpo começou a apresentar problemas”, lembra. Ela teve depressão e crises gastrointestinais e circulatórias. Aconselhada por médicos, Izabella diz que pediu a seus chefes na Globo para que pudesse fazer “trocas intertemporais”, ou seja, mudar de turno durante alguns meses, como forma de amenizar os efeitos da síndrome. Izabella chegava na Globo às 3h da madrugada. Fazia quatro entradas no jornal de Monalisa Perrone enquanto se preparava para a GloboNews, na qual ficava até 20 minutos no ar falando de metereologia sem parar. Depois, entrava no Bom Dia Brasil.

Foi na fase de pilotos para o novo H1 e para o Em Ponto que o quadro de Izabella piorou. “Comecei a sentir taquicardia, a ter crises de choro, crises nervosas, sintomas de esgotamento”, conta. O auge foi em 14 de agosto. Ela teve um apagão em pleno ar, enquanto interagia com José Roberto Burnier, âncora do Em Ponto. “Estava falando do tempo nas capitais e não conseguia lembrar de Curitiba. Só falava ‘no Paraná, no Paraná, no Paraná’, até que o Burnier falou Curitiba. Não lembrava da capital do meu Estado”. No mesmo dia, seu médico a diagnosticou com risco de convulsões e a mandou tirar licença para descansar.

Segundo ela, a diretora regional do Jornalismo da Globo, Cristina Piasentini, disse que não poderia correr o risco de devolvê-la aos telejornais depois dos apagões. Izabella pediu para voltar à reportagem. “Não tem mais vaga”, ouviu.

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