
Segundo o jornal The Sunday Times, ao abrir um dos cartões de Natal beneficentes da Tesco, rede britânica de supermercados, Florence Widdicombe, de seis anos, encontrou um cartão com pedido de ajuda escrito em inglês com letras maiúsculas. A mensagem teria sido escrita por presos da penitenciária de Qingpu, em Xangai.
Após a descoberta, a Tesco anunciou que suspendeu produção dos cartões importados do país asiático.
“Somos prisioneiros estrangeiros na prisão de Qingpu, em Xangai, na China. Somos forçados a trabalhar contra nossa vontade. Por favor, nos ajude e notifique organizações de direitos humanos”, diz o pedido escrito no cartão.
A mensagem no cartão pedia para o destinatário entrar em contato com Peter Humphrey, que esteve preso em Qingpu pelo que descreveu como “acusações falsas que nunca foram ouvidas num tribunal”.
Depois que a família Widdicombe enviou a ele uma mensagem via Linkedin, Humphrey disse que entrou em contato com ex-prisioneiros que confirmaram que os presos foram forçados a trabalhar.
Humphrey disse à BBC: “Passei dois anos em cativeiro em Xangai entre 2013 e 2015 e meus nove meses finais foram nesta mesma prisão, neste mesmo bloco de celas de onde esta mensagem veio, então isso foi escrito por alguns dos meus colegas daquele período que ainda estão lá cumprindo sentenças”.
“Nós abominamos o uso da mão de obra de presos e nunca teríamos permitido isso na nossa cadeia fornecimento”, afirmou a porta-voz. Segundo a Tesco, o cartão teria sido produzido numa fábrica chamada Zheijiang Yunguang Printing, que passou por uma auditoria independente em novembro.

