O ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro formalizou nesta quarta-feira (10), a filiação dele ao Podemos. A entrada de Moro na política partidária aconteceu em evento realizado em Brasília.

O ex-juiz, no entanto, ainda não anunciou se disputara o pleito do ano que vem e por qual cargo. A ala política do Podemos acredita que Moro deve se candidatar a presidente da República ou a senador.

A advogada Rosangela Moro, esposa de Sergio Moro, não veio ao ato de filiação do ex-juiz, nesta quarta-feira, em Brasília.

Rosangela ficou nos Estados Unidos, onde o ex-juiz morou no último ano com a família. Ela afirmou que está “encerrando os últimos compromissos” antes de se mudar de volta para o Brasil.

Moro ressaltou em seu discurso, em tom de campanha presidencial, que “as estruturas do poder foram capturadas, passaram a servir a si mesmas e já não servem ao povo”. Ele relacionou a corrupção às mazelas sociais.

“Todas essas coisas estão relacionadas: se o Brasil está parado e não vai adiante, não é porque não sabemos o que precisamos fazer. Ninguém tem dúvida de que precisamos melhorar a vida das pessoas. Todo mundo também sabe que quem desvia dinheiro público tem que ser punido e não premiado.”

“Todo mundo sabe que o dinheiro desviado é o hospital e a escola sucateadas. O problema é que não conseguimos fazer o que sabemos que precisamos fazer, porque as estruturas do poder foram capturadas. Elas passaram a servir a si mesmas e já não servem ao povo.”

Segundo ele, “parte disso é corrupção, como a que vimos e nos assustou na Lava Jato. Mas outra parte é a degeneração maior da vida política: a busca do interesse público foi substituída pela busca egoísta dos interesses próprios e dos interesses pessoais e partidários”.

“É a máquina pública voltada para si mesma. Isso explica por que o Brasil continua sem futuro, com o povo brasileiro sem justiça, sem emprego e sem comida. Eu sonhava que o sistema político iria se corrigir após a Lava Jato. Que a corrupção passaria a ser coisa do passado e que o interesse da população seria colocado em primeiro lugar. Isso não aconteceu, infelizmente. E embora tenha muita gente boa na política, nós não vemos grandes avanços.”

“Eu sempre fui considerado um juiz firme e fiz justiça na forma da Lei. Na época, todos diziam que era impossível fazer isso, mas nós fizemos. Claro, com grande apoio da população brasileira. Juntos, eu, você, nós, mostramos que a lei se aplica a todos”, destacou.

Ele ainda comentou a passagem pelo governo Bolsonaro como ministro da Justiça e Segurança Pública. “Como todo bom brasileiro, eu tinha, em 2018, esperança por dias melhores. Como todo brasileiro, eu pensava no que havíamos presenciado nos últimos anos: os grandes casos de corrupção sendo revelados dia após dia, os pixulecos, as contas na Suíça e milhões de reais ou dólares roubados”.

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