
A análise de trechos censurados da correspondência entre Maria Antonieta e um homem que se presume ter sido seu amante revelou parte de seus segredos, de acordo com um estudo publicado em uma revista científica americana.
Os cientistas usaram um método inovador de imagens de raios-x para descobrir a escrita original, separando a composição química de diferentes tintas usadas em documentos históricos. Eles testaram seu método analisando as cartas privadas entre a rainha francesa e o conde sueco Axel von Fersen, conde da Suécia que ajudou a austríaca a organizar uma fuga malsucedida pouco antes.
Os pesquisadores conseguiram revelar trechos escondidos em oito da 15 cartas examinadas e chegaram à conclusão que o censor era o próprio Fersen.
“Ele decidiu manter as cartas em vez de destruí-las, mas cobriu alguns trechos, o que indica que queria proteger a honra da rainha (ou talvez também seus próprios interesses)”, destaca o estudo.
Mas, embora as cartas tenham sido escritas em linguagem íntima, os pesquisadores disseram que não conseguiram determinar se os trechos revelados sustentam os antigos rumores de um romance entre Maria Antonieta e o nobre sueco.
“Ler além da censura não permite saber a verdade sobre a natureza dos sentimentos deles, pois a interpretação dos textos é sempre questionável”, insiste o estudo.
“Porém, a escolha do vocabulário (amado, amigo querido, adorar, loucamente) atesta uma relação particular entre Maria Antonieta e Fersen, mesmo que exista uma influência da tempestade revolucionária, que favorece uma certa intensidade emocional”, completaram os autores.
