“Essa paz existe porque sempre nos amamos”, Geyze, viúva de Abílio Diniz faz homenagem emocionante em missa de 7º Dia

26/02/2024 - 10:46 | Por: Circolare


Uma semana após a morte de Abilio Diniz, há tristeza e saudade entre os sentimentos presente na família, mas o principal é a paz. Quem bem descreveu foi Geyze Diniz, a viúva do empresário, que leu um texto como homenagem ao marido durante a missa de sétimo dia dele. “Essa paz existe porque sempre nos amamos. E essa certeza sempre aqueceu nossos corações”, disse.

“Bi, não tenho dúvidas de quanto fui amada por você. Nem você tem dúvidas do quanto sempre te amei. Esse amor expandiu para nossos filhos. Você aprendeu a demonstrar nos muitos ‘eu te amo’ que trocávamos. Nos nossos dedinhos cruzados. No olhar tenro e carinhoso. Nas escolhas que fazíamos em ceder pelo outro em prol de algo maior e não do ‘eu’ centrado. A paz vem também de um lugar sem mágoas, sem pendências. Falamos de tudo. Não guardamos nada. Nada ficou para trás. Vivemos tudo com muita intensidade e no tempo certo”, disse Geyze.

No mesmo depoimento, a empresária compartilhou detalhes da relação. Economista, ela conheceu Abilio no trabalho, nos anos 2000, no Grupo Pão de Açúcar, empresa na qual ele era dono e ela estava desde 1996. Eles se casaram em 2004. “O trabalho sempre nos uniu. Lá no início, éramos quase um triângulo amoroso”, relembrou.

“Minha história com Abílio foi construída no amor. Começou em um encontro de olhares e assim seguiu por nossa vida juntos. Amor este que aprendemos a viver, a escolher, enfrentar barreiras e preconceitos. Que bom que ele se permitiu viver esse amor. Amor que deu frutos, com a Rafaela e o Miguel. Amor que transcendeu para a família, o trabalho, os amigos. Abilio passou a falar de amor em seus livros, palestras, aulas e encontros. Descobriu que um grande empresário pode, sim, mostrar seu lado humano. (…) Se reinventou ao casar-se com uma menina 35 anos mais nova para ser pai aos 70 e, depois, aos 73. Para fazer novos amigos. Para encarar a Disney todos os anos e se arriscar nas montanhas-russas. Para conciliar as férias das crianças e sempre querer estar conosco”.

“Se interessou pelas artes, porque eu gostava. Topou ficar morando seis meses em Aspen, só nós quatro. E essa foi a melhor experiência em família que poderíamos ter vivido. Amava ler e emendava um livro no outro. Mas nosso maior concorrente era o jogo do São Paulo. Até a missa que iríamos dependia do horário do jogo. Nunca teve para ninguém. E como era bonito ver essa paixão. Quantas trocas, aprendizados, ensinamentos. Você foi uma escola e eu espero ter sido uma boa aluna. Sempre vi seu interesse em me ouvir, saber minha opinião, aprender comigo também. Nossa vida e relação foi uma rua de duas mãos. Você dizia que eu era 90% e você 10%. Mas sempre te corrigi dizendo que éramos 50%, 50%. E você sabia disso”.

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