Uma pesquisa publicada na revista científica Scientific Reports revelou que os primeiros meses de vida são determinantes para o comportamento dos cães.
O estudo mostra que experiências negativas nessa fase inicial podem deixar marcas permanentes, influenciando desde a forma como eles interagem com pessoas até sua capacidade de lidar com situações novas e estressantes.
Assim como acontece com os humanos, o início da vida canina é um período de extrema sensibilidade.
A pesquisa reforça a importância de ambientes seguros, positivos e de socialização saudável para garantir o bem-estar dos animais ao longo de toda a vida.
Os autores analisaram uma amostra grande de cães domésticos cujos tutores relataram o histórico de vida dos animais e características comportamentais.
Eles identificaram que eventos adversos ocorridos nos primeiros seis meses de vida — como maus-tratos, abandono ou trocas frequentes de lar — estão fortemente associados a níveis elevados de medo e agressividade no adulto.
Isso mostra que o desenvolvimento comportamental dos cães é altamente plástico, e que as interações nos primeiros meses podem influenciar fortemente o equilíbrio emocional ao longo da vida.
Além disso, os autores observaram que cães de algumas raças parecem ser mais suscetíveis aos impactos negativos das adversidades iniciais, o que sugere uma interação entre genética (ou predisposição de raça).
Border Collie – apresentaram níveis mais altos de medo quando expostos a adversidades nos primeiros meses de vida.
Pastor Alemão – maior propensão a desenvolver agressividade associada a experiências negativas precoces.
Raças de companhia menores (como Chihuahua e Yorkshire Terrier) também apareceram com risco aumentado de reações de medo em contextos sociais e ambientes novos.
Labrador Retriever e Golden Retriever mostraram menor tendência a desenvolver comportamentos de medo/agressividade mesmo após eventos adversos iniciais.
Raças nórdicas (como Husky Siberiano) apareceram menos impactadas em alguns indicadores.
