
O governo da Itália aprovou a construção da maior ponte suspensa do mundo, que ligará a ilha da Sicília ao continente italiano, atravessando o Estreito de Messina. Com custo estimado em 13,5 bilhões de euros (aproximadamente R$ 77 bilhões), o projeto histórico – discutido desde 1969 – foi finalmente autorizado após décadas de idas e vindas, e é considerado a maior obra de infraestrutura do Ocidente.
Com quase 3,7 km de extensão, sendo 3,3 km suspensos, a ponte superará a atual recordista mundial, a ponte Çanakkale na Turquia. A nova estrutura terá três faixas para carros em cada direção, além de trilhos ferroviários duplos, com capacidade para 6.000 veículos por hora e 200 trens por dia. A travessia, que hoje leva até 100 minutos de balsa, será feita em apenas 10 minutos de carro.
O projeto, defendido como “símbolo global de engenharia” pela primeira-ministra Giorgia Meloni e pelo ministro dos Transportes Matteo Salvini, promete gerar até 120 mil empregos por ano e impulsionar o desenvolvimento do sul do país. Há ainda a possibilidade de que a ponte seja classificada como obra de segurança, integrando o orçamento de defesa e contribuindo para as metas da Itália junto à OTAN.
Apesar do entusiasmo do governo, a ponte enfrenta críticas severas. Ambientalistas alertam sobre riscos à fauna migratória e questionam se os impactos seriam compensados. Especialistas em crime organizado, como a socióloga Anna Sergi, temem que a grandiosidade da obra atraia a máfia, como já ocorreu com outras construções públicas. Por isso, o projeto seguirá rígidos protocolos antimáfia, sob supervisão do Ministério do Interior.
Outro ponto de preocupação é a segurança sísmica, já que o Estreito de Messina é uma região propensa a terremotos — como o devastador tremor de 1908. A empresa italiana Webuild, responsável pela obra, garante que a estrutura suspensa será resistente a abalos sísmicos, citando exemplos semelhantes no Japão, Turquia e Califórnia.
As obras preliminares devem começar entre setembro e outubro de 2025, com a construção principal prevista para 2026 e conclusão estimada entre 2032 e 2033.

