Apo Whang-Od tem 106 anos, nasceu no povoado de Buscalan, província de Kalinga ao norte das Ilhas Filipinas e é a mais antiga tatuadora filipina. É também a mulher mais velha a estrelar a capa de uma revista Vogue.

Ela é uma das últimas remanescentes de sua tribo que ainda preserva a maneira tradicional de fazer tatuagens, usando espinho de limeira preso à uma haste de bambu como agulha, e fuligem misturadas com batata doce diluídos em água para pigmentar a pele. 

Quando tinha 16 anos aprendeu o ofício com o pai e tornou-se a primeira mulher a tatuar as tradicionais batok, prática secular da tatuagem indígena. Então, viajava por toda a província de Kalinga para ajudar a tatuar as comunidades com os símbolos sagrados dos seus antepassados.

“Um ajudante adquire um gisi não usado, uma vara de bambu com um espinho preso a uma ponta”, diz a reportagem explicando o processo da tatuagem. “Segurando o gisi com tinta na mão esquerda, ela usa um bastão maior para golpeá-lo com a mão direita, cravando-o mais de cem vezes por minuto na carne.”

Pequenos rituais cerimonialistas envolvendo cantos, adivinhações e leitura dos significados dos desenhos também faziam parte do ofício do tatuador que era tratado como uma espécie de xamã. Atualmente ela restringe a parte ritualista somente para as pessoas de sua aldeia e aos turistas apenas pequenas tatuagem como souvenir.

A cultura de Whang-od acredita que o mambabatok só pode ser transmitido para parentes de sangue – caso contrário, as tatuagens ficarão “infectadas”. Como Whang-od não tem filhos, suas sobrinhas-netas têm o privilégio de aprender a prática.

Whang-od reside em Buscalan, que tem uma população de 742 pessoas e os turistas fazem uma viagem de 15 horas para vê-la. 

Buscalan, na província de Kalinga, ao norte da capital filipina de Manila, é uma vila nas montanhas que fica a 1,6 km da estrada de terra mais próxima.

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