O distanciamento da família, dos amigos, a necessidade de ficar dentro de casa, o medo de pegar a Covid-19, o consumo intenso de notícias ruins. Os últimos dois anos, em grande parte, atingiram em cheio a saúde mental de muitos brasileiros, que passaram a desenvolver ansiedade e depressão. Somente em 2020, primeiro ano da pandemia, houve aumento de 25% dessas doenças, segundo resumo científico divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A proibição de festas, de ir ao trabalho, de rever amigos e ter a chance de conversar pessoalmente, ou seja, a restrição à vida social proporcionou um elevado nível de estresse na população. “De forma geral, as pessoas carregam traumas e problemas ocorridos há muitos anos e que vêm se repetindo a cada ano de sua vida, mudando apenas de contexto. E na pandemia, estes padrões emocionais negativos vindos desses traumas se acentuaram e as pessoas estão bem mais sensíveis a qualquer ocorrência negativa em suas vidas”, explicou o terapeuta Rodrigo Belmonte, que é analista corporal, psicanalista junguiano, psicodramatista e promove palestras sobre o assunto.
Mas a crise econômica atingiu em cheio o bolso das pessoas, até das que já vinham com diagnóstico de depressão. Algumas tiveram que abandonar o acompanhamento psicológico por falta de dinheiro. “Apesar de ter havido, sim, o aumento de casos de depressão, síndrome do pânico e ansiedade, a parte financeira acabou fazendo com que muita gente deixasse de priorizar a terapia por conta da pandemia”, conta Rodrigo.
Pensando nos pacientes que abandonaram o tratamento ou mesmo naqueles que gostariam de continuar, mas foram obrigados a parar por causa do isolamento social, Rodrigo viu na consulta on-line a possibilidade de ajudar. “Hoje não estou fazendo atendimentos presenciais. Atendo apenas à distância pessoas de qualquer lugar do Brasil e tenho clientes que moram em outros países também”, explica Belmonte, que passou a usar a permuta multilateral pela plataforma XporY.com para facilitar o acesso a seus serviços. “Tomei conhecimento da XporY.com através de um cliente meu, que se tornou meu parceiro de negócios”.
Como funciona
A XporY.com proporciona a empresas e profissionais liberais ofertarem seus produtos e serviços por meio de trocas. Segundo o sócio-fundador da empresa e especialista em economia colaborativa, Rafael Barbosa, o permutante anuncia ofertas na plataforma e, a cada venda, recebe pagamento do valor do produto em moeda digital, chamada X$, que tem valor equivalente ao Real (cada R$ 1,00 equivale a X$ 1,00). Com o crédito, ele fica livre para adquirir qualquer produto ou serviço ofertado por membros cadastrados de qualquer segmento e localidade. Atualmente, vários psicólogos, psiquiatras e terapeutas por todo o País fecham sessões por meio de permutas na plataforma.
A plataforma de permutas multilaterais está em atividade desde 2014, conta com mais de 12 mil membros cadastrados, e é parceira oficial do Sebrae de São Paulo e de Goiás para incentivar a adoção de permutas multilaterais para os micro e pequenos empreendedores.

