Plataforma agenda coleta e doação de resíduos de construções para famílias de baixa renda

22/04/2019 - 20:00 | Por: Circolare


Sobras de construção quase sempre vão parar em lixões, terrenos baldios e, na melhor das hipóteses, em aterros sanitários. Luminárias, pias, tinta, verniz, rejunte, azulejos, pisos, telhas, torneiras, portas, janelas, revestimentos de parede, entre outros materiais infelizmente costumam não ser reaproveitados. Assim acontece em várias regiões do país.

As arquitetas Maria Carolina de Souza Barreto e Gislaine Fabri, proprietárias do escritório Personnalité de Sinop (MT), criaram uma solução inovadora e de impacto socioambiental para este problema. Há dois anos, lançaram a plataforma Obra Solidária, uma ponte entre quem pode doar estes materiais e quem precisa deles para construir e reformar.

As sobras são inscritas por aqueles que querem descartá-las e interessados se candidatam para recebê-las na plataforma. A data e horário da entrega, que pode ser levada pelo doador ou buscada pelo contemplado, são também combinados no site.

O público-alvo da inciativa são famílias em situação de vulnerabilidade social, explica Carolina. Em dois anos, a plataforma Obra Solidária arrecadou 644 doações de sobras de construção e reformas. Até o momento, seis famílias foram beneficiadas e puderam melhorar suas moradias, construir banheiros, entre outros. Pacientes com câncer e outras doenças, quando saem de hospitais precisam continuar o tratamento em casa, mas dependem de contar com banheiro adequado, informa a arquiteta. Este público tem recebido apoio da plataforma.

“A gente passa a repensar muita coisa na vida, no conforto que temos e nas pessoas que não têm banheiro dentro de casa. Estamos dando dignidade a essas pessoas. Temos carinho especial com as crianças”, afirma Carolina.

O sucesso da iniciativa está transforma

Por enquanto, a Obra Solidária está aberta só para Mato Grosso e as duas arquitetas estão preparando o Código de Ética da plataforma e aplicativo para garantir que seja bem utilizada em outras cidades e regiões. “Queremos ter certeza de que a plataforma será usada honestamente e dentro da lei”, ressalta.

 

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