Férias escolares – Dicas de brincadeiras pra quem não vai viajar

16/07/2017 - 14:00 | Por: Circolare

Vai viajar nas férias ou não? Dicas de brinquedos e brincadeiras pra se divertir

Brincadeira é para brincar. Os brinquedos e as brincadeiras, além de serem um meio de distração e de entretenimento para as crianças, também são importantes no processo de desenvolvimento cognitivo. É brincando que elas desenvolvem a memória, a criatividade, o raciocínio e a solução de problemas. É nas brincadeiras que a criança se relaciona com o mundo e o brinquedo é o estimulador da curiosidade e da iniciativa, proporcionando uma divertida forma de desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da atenção. Então, simplesmente se jogue, divirta-se e aproveite para programar férias incríveis com a família.

A fonoaudióloga Raquel Luzardo, especialista em linguagem e atendimento infantil, orientadora familiar e consultora escolar, dá algumas dicas de brinquedos e brincadeiras para cada faixa etária.

De 0 a 2 anos

Antes de falar, as crianças ouvem. Então, apresentar novos sons aos bebês é uma excelente forma de estimular a audição e, posteriormente a fala.

Brincar com molho de chaves – balance as chaves próximo ao ouvido do bebê. “Altere um balançar bem baixinho e mais alto das chaves. Ofereça brinquedos leves para que possa colocar na boca, móbiles para tocar, chocalhos, bichinhos de borracha que produzem sons, brinquedos flutuantes para o banho, livrinhos de pano, grandes cubos para empilhar. Aproveitar o ar livre para atividades motoras é outra dica ótima para curtir com a criança”, sugere Raquel.

Entre 1 e 2 anos as crianças ainda vão se divertir com os brinquedos que já possuem, mas também vão gostar de explorar brinquedos novos.

Basquete – Faça bolas grandes usando papeis velhos e dê para a criança arremessar. Você pode fazer uma competição com ela para ver quem consegue jogar a bola mais longe. Depois, quando ela se acostumar com a brincadeira, coloque um cesto ou caixa grande e peça para tentar acertar com a bola. Além de entretê-la por muito tempo, a brincadeira ajuda a desenvolver a força dos braços, a coordenação motora e a noção de espaço e distância.

Um para cada – ofereça uma pilha de objetos para a criança (podem ser bolinhas, peças de jogo, lápis ou giz de cera, por exemplo) e peça para que os distribua entre vocês dois igualmente, colocando na frente de um e do outro. Quando ela se habituar, coloque  uma pessoa a mais ou um boneco e peça para que a criança divida em três. Essa brincadeira aprimora o conceito de número e de quantidade, além de introduzir a ideia de compartilhar, a noção de igualdade e solidariedade.Trilha – distribua no chão alguns tapetes pequenos ou peças de E.V.A como se estivessem formando uma trilha e combine com a criança que só é permitido andar por esse caminho. Para deixar a brincadeira mais divertida, finja que o chão é um lago e que vocês não podem cair nele. A atividade ajuda a desenvolver o equilíbrio, a noção de distância e espaço. Vale ressaltar que é importante testar antes o caminho para se certificar de que não há perigo de a criança escorregar.

Faça um picnic, visite parques e praças e aproveite para explorar a natureza.

De 3 a 6 anos

Nesta fase, os brinquedos vão ajudar a estimular, além da linguagem, o conhecimento, a coordenação motora e também a imaginação.

As crianças gostam de bonecas, casinhas, carrinhos, fantasias e tudo que estimule o faz de conta. É com essa idade que elas serão príncipes, princesas, super-heróis e vão adorar brincar de casinha, policial, mamãe e filhinha, e outros personagens. É vivendo esses papéis que elas entendem porque a mãe fica brava, elabora a raiva que sentiu quando o amiguinho pegou seu brinquedo, imita a professora, voa como o Super Homem, etc.

Crie seu próprio brinquedo – vale usar material reciclado, tecidos, espigas de milho e o que mais a imaginação permitir. Não esqueça de pedir ajuda aos mais velhos. Muitos avós tinham o costume de fazer seus próprios brinquedos.

Aprenda artes com papel – basta um jornal velho, bexigas, cola branca e um pincel para criar vários objetos usando a técnica da papietagem. Encha uma bexiga e cubra com várias camadas de papel picado coberto pela cola. Depois de seco, pode virar um vaso, uma luminária ou o que a imaginação inventar.

Monte peças teatrais – que tal montar uma releitura de uma peça que vocês assistiram juntos? Ou quem sabe criar uma nova história? Ou ainda sortear papeis em um envelope cheio de personagens (bruxa, criança, fada…) e deixar a peça rolar solta? Não se esqueçam de bolar figurinos e cenários. Uma apresentação para a família toda também pode ser uma grande estreia bem legal.

Crianças de 7 a 12 anos

Nesta idade, ser aceito pelos amigos é muito importante e o jogo corporal se evidencia nos esportes. A convivência se aprimora com os jogos de bolinhas de gude, brinquedos de montar, jogos de tabuleiro e de cartas que, além de incentivar a competição saudável, desenvolvem aspectos linguísticos e sociais. Mais velhas, as crianças desta faixa etária já podem brincar com jogos de regras e devem ser estimuladas a ler e fazer atividades que envolvam habilidades físicas.

Aproveite para ir a um parque andar de bicicleta, de patins ou patinete.

Escreva um livro – dobre várias folhas sulfites ao meio e grampeie formando um pequeno livro em branco. Entregue para a criança dizendo que é a oportunidade de escrever seu próprio livro. Ilustrações e a capa também entram na brincadeira.

Faça uma árvore genealógica – rever as origens é ótimo para reviver a sua história. Faça uma árvore genealógica com nomes, fotos, figuras, desenhos e não esqueça de contar histórias e pedir ajuda dos mais velhos na família.

Entre 9 e 12 anos

Os pré-adolescentes já estão em fase de definir seus gostos e interesses. Segundo Raquel, os pais já podem consultá-los sobre o gosto por coisas que os estimulem a raciocinar, a se mexer e usar a criatividade.

E os pais que não conseguem conciliar suas férias com a dos filhos? O que fazer com eles em casa? É possível combinar a rotina de trabalho, os pequenos períodos de folga com os passeios com a criançada?

Raquel dá algumas dicas de como administrar os desejos das crianças de aproveitar ao máximo os dias longe da escola com a rotina familiar.

Não existe uma receita, mas uma coisa é certa: mesmo nos dias de folga é preciso manter uma rotina para conseguir administrar esse período.

Elabore com as crianças um planejamento dos dias e semanas que estarão longe da escola, coloque algumas tarefas a serem cumpridas e as atividades que poderão desenvolver em cada dia. Pense em momentos dentro e fora de casa e, não se esqueça de deixar alguns horários livres para que a criança escolha o que fazer.

Aproveite esse período para ficar mais próximo das crianças e trocar experiências com elas, escolha atividades que consigam desenvolver juntos.

Determine momentos ao ar livre para que possam usufruir das belezas da natureza. Na correria do dia a dia deixamos de contemplar o belo, então esse período torna-se perfeito para desenvolver esse olhar.

Mas se o jeito for ficar em casa, aqui vão algumas brincadeiras para tornar esse período bem divertido:

– acampamento diferente: vale montar a barraca no meio da sala ou improvisar com lençóis, cadeiras e almofadas;

– piquenique maluco: que tal estender uma toalha no chão da sala e fazer um jantar diferente?

– jogos diversos: de tabuleiro, pega varetas, dominó, memoria, damas;

– uma caixa de papelão grande pode virar uma casinha ou um foguete. Use a imaginação!

– caça ao tesouro: esconda as pistas pela casa;

– corrida de aviões de papel: vale decorar os aviões com canetinha ou usar as folhas de uma revista velha;

– memória de objetos: selecione alguns objetos e peça para a criança observar por alguns segundos. Depois esconda um e ela tem que descobrir qual objeto está faltando!

– troca-troca de lugar: observar por um minuto um dos cômodos da casa – a sala por exemplo – e depois sair. Mudar algo de lugar (ex: colocar na estante o vaso que estava na mesa). Voltar para o cômodo e tentar adivinhar o que foi mudado de lugar;

– batata quente com o celular: passar o celular de mão em mão com o timer ligado. Aquele que for fotografado, perde;

– barquinhos de papel: vale colocar os barquinhos para flutuar no balde com água ou banheira;

– fui para a lua e levei… : pode ser brinquedos, alimentos, peças de roupas, animais, qualquer categoria. O primeiro diz: “Fui para a lua e levei uma maçã.” O outro diz: “Fui para a lua e levei uma maçã e uma banana”. E assim sucessivamente, sempre acrescentando um item. Quando alguém errar a ordem ou esquecer de alguma coisa começa tudo outra vez com outra categoria;

– qual é a música: falar uma palavra e tem que cantar uma música que tenha aquela palavra na letra. Use o repertório da criança;

– Tire um dia para preparar delícias na cozinha, peça ajuda para os preparos de receitas especiais de férias como bolos, bolachas, pãezinhos e lanches. Aproveite para falar da importância dos alimentos e de se alimentar de forma saudável;

– Visite amigos, primos e familiares e convide-os para uma visita também, aproveite para estimular o desenvolvimento às relações interpessoais das crianças, o saber falar e não impor as ideias e o saber ouvir.

As brincadeiras, além de animar as férias, aproximam a família, contribuem para o fortalecimento das relações saudáveis e são excelentes para desenvolver a autoconfiança e autoestima nas crianças. Afinal, férias é momento de brincar!

 

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